Este texto nasceu
depois que vi um vídeo de uma das palestras do professor Mário Sérgio Cortella,
da USP, cujo título é “Você sabe com quem está falando?” Em sua narrativa,
Cortella deixa claro que comparado à imensidão do(s) universo(s), não passamos
de poeira estelar. Somos incrivelmente pequenos e insignificantes!
Creio que a intenção do
professor é mostrar quão ridículo é quem ousa perguntar isso a alguém. Não
consigo me imaginar dizendo ou escutando isto, muito menos tendo que responder
à altura! O problema é que não consegui fazer uma conexão entre a excelente explicação de Cortella com a arrogância de um indivíduo. Sou a favor do
desprezo em resposta à arrogância, pois geralmente não há argumentos
suficientes para que o indivíduo “baixe a crista”.
Durante o vídeo lembrei-me de vários comentários que minimizam a existência humana em relação a tudo mais
que existe neste universo e em outros. Poeira estelar, sem dúvida. Mas de um
ponto de vista, vamos assim dizer, de
tamanho. Claro que é possível viver cem anos e não deixar rastros de
existência, a não ser um “já foi tarde”.
Mas quem nunca ouviu
esta frase: “Ah, nós não somos nada!”
Estou aqui para dizer
que somos – como indivíduos, muito, muito mesmo – ao menos aqui na Terra. Um indivíduo pode alterar o curso da vida de outros milhões. Houve um homem
que teve uma existência tão notável que a História se divide em antes e depois
dele: Jesus de Nazaré. O mongol e ex-escravo Temujin, mais conhecido como Ghengis Khan conquistou na
base do arco e flecha 20 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a dois
Brasis. No século XVIII houve um general francês que dominou boa parte da Europa, decapitando
monarcas e substituindo-os com membros de sua própria família: Napoleão
Bonaparte, definido por alguns como “o maior sopro de vida que já passou pela Terra”.
E um austríaco chamado Adolf Hitler, que foi um total fracasso em vida até
perto dos trinta anos, conseguiu chegar à presidência da Alemanha e disseminou o
antissemitismo, ato que consumiu mais de seis milhões de vidas.
E para encerrar, vale lembrar que menos de um por cento da população mundial detém cerca de
96% de todo o dinheiro que circula no mundo!
O que temos aqui?
Talvez pouca gente “se achando muito” e muita gente “se achando pouco”.
Sou evidentemente
contra qualquer forma de derrotismo, creio que temos mesmo que enaltecer nossas
qualidades, mas deve haver um limite entre esta auto-propaganda e a arrogância.
Não há absolutamente nada de errado em dizer que sou muito bom em determinada
atividade, que sou um expert em vários assuntos, ou até mesmo que me orgulho de
minha posição profissional – o que não tem cabimento é usar tudo isso para
humilhar pessoas, incluindo aí o “Você sabe com quem está falando?”...
PEDRO BOTTERO.
PEDRO BOTTERO.
Seguindo o tema proposto por Cortella em seu vídeo e destrinchando muito mais o assunto, segue o Livro "Criação Imperfeita" de Marcelo Gleiser.
ResponderExcluirAcho que vai gostar.
Obrigado Sidney, um abraço!
ExcluirPEDRO BOTTERO.