Este texto é um convite, endereçado a todos que o lerem.
Um simples convite
para que cada um se pergunte se está fazendo o que gosta – e em caso negativo,
ponderar se é necessário passar por isto.
Antes que o leitor resolva abortar a leitura (afinal, textos
e clichês de autoajuda se veem aos montes na internet, especialmente no
facebook, e a maioria é imprestável) peço que prossiga um pouco mais. Sou novo
na profissão, mas aprendi perfeitamente a escrever “não dando ponto sem nó”.
Valerá à pena.
Sempre que conheço alguém, assim que tomo conhecimento do
que a pessoa faz para viver eu de imediato pergunto: você gosta do que faz? E
observo a resposta atentamente. Se em outra ocasião algum amigo se queixa
comigo sobre seu trabalho, cônjugue ou qualquer empecilho, eis minha indagação:
você precisa mesmo se sujeitar a esta situação? Como tenho um círculo minúsculo
de amigos, costumo insistir nestas duas questões, primeiramente por estar
escrevendo um livro sobre novas alternativas para a felicidade e progresso de
um indivíduo, e também porque me importo com o bem-estar de meus colegas.
Problema número um:
naturalmente estas duas questões disparam um alarme, um chamado de rebelião, de
revolução, mas apenas por alguns instantes. É a tríplice maledeta:
comodismo, derrotismo e covardia. Estes comportamentos são causados por fatores
como “tenho estabilidade neste emprego”, ou “meu marido / minha mulher ao menos cuida de
mim”. Tem mais: “e se eu não encontrar outro trabalho?”, ou ainda “ah, ninguém
mais vai me querer!”
Resultado: as queixas vão se acomodando e o indivíduo vai se
acostumando com estes problemas. Sem se dar conta, passa a exibi-los como seu
estilo de vida: sua culpa de estimação. Na minha humilde opinião, estas atitudes transformam um ser humano em
degrau para que outro com mais atitude, força de vontade e coragem alcance o
sucesso!
Problema número dois:
bem, eu morri pela boca, e vou
contar o que houve. Há 12 anos atuo no mesmo ramo com razoável competência. Ao
me perguntar se estava feliz com o que fazia, a resposta veio depressa, feito
rastro de pólvora: nem mesmo quando comecei eu me perguntei se era aquilo que
eu queria para minha vida! Então, não, não estava feliz, estava no mínimo
desmotivado e entediado. A segunda pergunta veio com igual rapidez: preciso
continuar com isto? Eu só precisei desta para resolver tudo. Mas
surge aí uma terceira questão, uma que todos respondem com um sorriso no rosto: que
atividade eu teria prazer em desempenhar? No caso deste que vos escreve, já
estou no “cargo” que elegi para minha vida. A coisa que mais amo fazer.
Escrever. Aos poucos estou abandonando meu antigo ofício para me dedicar apenas às
letras. Estou acreditando nisto e não olharei para trás.
Ninguém terá a resposta para o enigma dos outros, apenas
para o próprio. Mas estas duas questões, sempre que feitas acionam um
“pisca-alerta” no nosso cérebro para obtermos a resposta. Eu as tinha aqui ao
meu lado, no meu laptop. Vivia escrevendo sobre elas e direcionando-as para
todo mundo, mas esqueci de mim mesmo. E era infeliz e não sabia. E por fim:
- Agradeço a todos que têm me dado suporte durante o
tempo que estive fora do meu eixo, pois neste período nunca tive aceitação
bovina com a situação ou acariciei minha culpa, então sei que decepcionei muita
gente. Creio ter acordado a tempo para rumar ao meu pódio e aprender com meus erros.
- Aos que estão infelizes com o que fazem e creem que podem
se libertar das garras da infelicidade: não permitam que a sensação de uma
“volta por cima” evapore com o término deste texto! A maioria de nós foi
educada acreditando que apenas depois de sofrimento, humilhação e sacrifícios é
que se alcança o sucesso. Um grande erro! Mentira! Não sabemos de onde viemos,
quanto tempo vamos ficar, nem pra onde vamos e tampouco se voltaremos.
“Lute por seu sucesso
e inspecione sua felicidade periodicamente”
PEDRO BOTTERO.